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Uma discussão no trânsito terminou em uma cena de violência e covardia no bairro Uberaba, em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (31). Uma motorista, de 26 anos, foi espancada por um homem de cerca de 30 anos com chutes e socos até cair no asfalto. A mãe da jovem, de 55 anos, que estava no carro, também apanhou ao tentar defender a filha. Se não bastasse, a namorada do motorista agressor saiu do carro e, ao invés de tentar contê-lo, ajudou a bater nas duas. Tudo porque a motorista agredida estava andando devagar dificultando a ultrapassagem.
Bastante abalada e com o nariz quebrado, a jovem, que é vendedora, diz que prefere não se identificar, mas aceitou contar a o que aconteceu com ela para “tentar parar este homem antes que ele mate alguém no trânsito”.
Ela contou que, por volta das 16 horas, seguia para o supermercado com a mãe e, que desde a Rua Presidente Wilson, começou a notar que o motorista de um Ford Focus prata a seguia muito perto, querendo ultrapassar. “Eu estava a uns 40 km/h e notei que esse motorista estava irritado, querendo me ultrapassar. Fui para a direita e ele colou na minha porta, mas não conseguiu passar porque vinha um carro na direção contrária. Voltou e vi que ficou mais irritado ainda”, conta a motorista.
Ela diz que entrou então na Av. Salgado Filho e deu sinal de pisca-alerta para entrar no supermercado, do lado direito, mas seu carro começou a falhar. “Meu carro começou a engasgar, mas continuei andando. Quando fui virar, apareceu uma mulher com um carrinho de bebê na calçada e tive que parar. Isso o atrapalhou na hora de me ultrapassar e ele quase bateu no poste. Foi aí que ele parou o carro e desceu me xingando de vagabunda. Argumentei que parei por causa do carrinho de bebê, mas ele não quis nem saber e começou a me chutar. Caí no chão e ele começou a me dar socos na cara, na barriga, me espancou sem parar, mesmo eu estando caída”.
A vendedora conta que a mãe, que acompanhava, tentou defendê-la e também apanhou do motorista enlouquecido. “Ele também chutou a minha mãe. Estava completamente louco. Nisso vi que a namorada dele saiu do carro e, ao invés de segurá-lo, veio pra cima de nós duas ajudar a bater”, diz a vendedora, indignada.
O motorista e a namorada só pararam com as agressões quando testemunhas começaram a gritar e um outro motorista disse que iria chamar a polícia. Ao ser ameaçado, o homem teria dito, segundo a vendedora: “Podem anotar a placa. Quero ver o que vão conseguir fazer comigo”. Disse isso e saiu com o carro, não sem antes quebrar o retrovisor do carro da vendedora e chutar a lataria do carro da mulher.
Lesões corporais
A motorista agredida conta que ficou em choque. Ela sofreu escoriações pelo espancamento em várias partes do corpo e teve o nariz quebrado. “Me disseram para ir para a delegacia, mas quando saí dali confesso que o medo tomou conta de mim. Medo de tudo. Medo dele me achar e me agredir de novo, medo de me expor, fique em pânico, sem reação. Só hoje, no dia seguinte, consegui raciocinar e vi que não posso ficar quieta. Se eu não for à polícia este homem vai fazer isso de novo e matar alguém no trânsito. Tenho certeza que se ele estivesse armado eu estaria morta agora. Alguém tem que fazer ele parar”, desabafa.
Ela registrou boletim de ocorrência e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal nesta terça-feira. “Estou toda machucada e ainda com medo, mas agora vou até o fim. Este homem vai ter que pagar pelo que fez comigo e com a minha mãe”. O agressor tem cerca de 30 anos e 1,90 cm de altura.
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